Especialistas e parlamentares destacam no Senado o potencial competitivo do Brasil no mercado de carbono e as oportunidades para uma economia de baixo carbono.
O mercado de carbono voltou ao centro do debate político e econômico no Brasil.
Durante uma audiência pública no Senado Federal, especialistas, representantes do governo e do setor produtivo discutiram as oportunidades e desafios do país na construção de uma economia de baixo carbono.
O consenso foi claro: o Brasil tem potencial para se tornar um dos maiores protagonistas globais no comércio de créditos de carbono.
Por que o mercado de carbono é estratégico
A precificação do carbono é um instrumento essencial para estimular a redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE).
Ao atribuir valor às emissões, o sistema cria incentivos financeiros para empresas que investem em práticas sustentáveis e em tecnologias limpas.
No contexto global, o Brasil se destaca por sua matriz energética renovável, sua capacidade de regeneração florestal e o vasto potencial do agronegócio em sequestrar carbono naturalmente.
Debate no Senado: o carbono como ativo econômico
Os senadores destacaram que o mercado de carbono não deve ser visto apenas como um instrumento ambiental, mas também como um ativo econômico com alto potencial de geração de riqueza.
A expectativa é que o país movimente bilhões de dólares em créditos nos próximos anos, impulsionando investimentos e novas cadeias produtivas.
Participantes da audiência enfatizaram a importância de segurança jurídica, governança clara e transparência nas regras para garantir credibilidade ao sistema.
A criação de um mercado regulado de carbono, sob coordenação do Ministério da Fazenda, é vista como passo essencial para consolidar o setor.
Oportunidades para o Brasil
Entre os diferenciais competitivos apontados estão:
A ampla cobertura florestal, com destaque para a Amazônia e o Cerrado;
A matriz energética limpa, baseada em fontes como biomassa e hidrelétricas;
A experiência do país em programas de compensação ambiental e certificação;
O potencial de integração com os mercados internacionais de carbono.
Esses fatores colocam o Brasil em posição de destaque nas discussões sobre finanças verdes e transição climática global.
Desafios à frente
Apesar do otimismo, o debate também apontou desafios estruturais que precisam ser superados:
Implementação completa do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões (SBCE);
Harmonização entre o mercado regulado e o voluntário;
Ampliação da capacitação técnica para mensuração e verificação de emissões;
Necessidade de políticas de incentivo para atrair investidores e estimular empresas a aderirem ao sistema.
A regulamentação clara e a credibilidade dos créditos serão determinantes para consolidar a confiança internacional no mercado brasileiro.
Economia de baixo carbono: um novo paradigma
O avanço do mercado de carbono simboliza uma mudança de paradigma econômico.
Empresas que adotam práticas sustentáveis passam a ter vantagem competitiva e acesso a novos mercados, enquanto o país se posiciona como fornecedor global de soluções climáticas.
O Senado defende que o Brasil deve aproveitar seu potencial natural e científico para se tornar referência mundial em sustentabilidade, aliando crescimento econômico e conservação ambiental.
O debate no Senado reforçou que o mercado de carbono é mais do que uma política ambiental, é uma estratégia de desenvolvimento nacional.
Com governança sólida, transparência e incentivo à inovação, o Brasil pode transformar o carbono em um ativo econômico promissor, gerando empregos, renda e contribuindo para o futuro sustentável do planeta.
Fonte de referência:
Conteúdo inspirado em matéria do Senado Federal.


