Coleta deficiente e baixa reciclagem ainda são desafios para a gestão de resíduos no Brasil

Apenas uma pequena parte dos resíduos sólidos no Brasil é reciclada. Entenda os principais desafios e caminhos para uma gestão mais sustentável.

O Brasil gera milhões de toneladas de resíduos sólidos por ano, mas recicla apenas uma fração desse volume.
Apesar dos avanços na conscientização ambiental e das metas previstas em lei, o país ainda enfrenta grandes obstáculos na coleta seletiva e na reciclagem, dois pilares fundamentais para a construção de uma economia circular sustentável.

Um estudo da Embrapa destaca que a falta de infraestrutura, políticas públicas integradas e incentivos econômicos continuam limitando o avanço da gestão de resíduos no país.

Panorama atual da gestão de resíduos no Brasil

Segundo dados recentes, mais de 90 milhões de toneladas de lixo são geradas anualmente, mas menos de 5% é reciclado de forma efetiva.
Grande parte dos resíduos ainda é encaminhada para aterros sanitários ou lixões, o que gera impactos ambientais, como contaminação do solo, emissão de gases e desperdício de materiais que poderiam retornar à cadeia produtiva.

O crescimento urbano e o consumo acelerado aumentam o desafio, principalmente nos municípios que ainda não possuem programas estruturados de coleta seletiva.

Os principais desafios

A Embrapa aponta que os gargalos mais críticos estão relacionados a:

  1. A coleta seletiva limitada, presente em menos da metade das cidades brasileiras e, muitas vezes, de forma parcial.
  2. A baixa valorização dos recicláveis, pois o preço pago por materiais reciclados ainda é baixo, o que desestimula a cadeia.
  3. A infraestrutura precária, marcada pela falta de triagem adequada e de investimentos em equipamentos modernos.
  4. A desigualdade regional, já que, enquanto algumas capitais avançam, cidades menores continuam dependentes de lixões.
  5. E a educação ambiental insuficiente, decorrente da falta de engajamento e de informação sobre a separação correta dos resíduos.

O papel das cooperativas e catadores

As cooperativas de reciclagem são responsáveis por grande parte da triagem de resíduos recicláveis no Brasil.
Além de reduzir o volume destinado aos aterros, elas desempenham um papel social essencial, gerando trabalho e renda para milhares de famílias.

Fortalecer essas organizações com apoio técnico e financeiro é crucial para garantir um sistema de reciclagem mais eficiente e inclusivo.

Economia circular: a solução em movimento

A economia circular surge como alternativa viável para enfrentar os desafios da gestão de resíduos.
Nesse modelo, os materiais descartados retornam ao ciclo produtivo, reduzindo a extração de recursos naturais e a geração de lixo.

Empresas que adotam práticas circulares como reutilização, remanufatura e reciclagem, não apenas reduzem seu impacto ambiental, mas também ganham vantagem competitiva e reputacional.

A biomassa é um exemplo de como os resíduos podem se tornar recursos valiosos quando utilizados com tecnologia e planejamento.
Com o avanço de políticas públicas e investimentos em inovação, o Brasil se destaca como um dos países com maior potencial para expansão dessa fonte energética renovável.

Inovação e pesquisa no setor

A Embrapa vem desenvolvendo soluções tecnológicas para otimizar o uso de resíduos agrícolas e urbanos, transformando-os em novos produtos, como biogás, biofertilizantes e biomateriais.
Essas inovações ajudam a reduzir a pressão sobre os aterros e contribuem para a descarbonização da economia.

Caminhos para o futuro

Para avançar, o Brasil precisa:

  • Ampliar a infraestrutura de coleta e triagem;

  • Criar incentivos econômicos para reciclagem e compostagem;

  • Investir em educação ambiental e campanhas públicas;

  • Fortalecer parcerias público-privadas e redes de cooperativas;

  • Promover pesquisa e inovação tecnológica para reaproveitamento de resíduos.

Essas ações podem transformar o desafio da gestão de resíduos em oportunidades de negócio, emprego e sustentabilidade.

A gestão do lixo no Brasil ainda é um grande desafio, mas também uma oportunidade de transformação.
Com políticas integradas, investimento em infraestrutura e engajamento da sociedade, é possível construir um futuro em que os resíduos deixem de ser problema e passem a ser recurso.

A reciclagem é mais do que um ato ambiental, é um caminho estratégico para uma economia mais eficiente e inclusiva.

Fonte de referência:

Conteúdo inspirado em matéria da Embrapa.

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