BNDES apresenta resultados da consulta pública sobre o mercado voluntário de carbono e destaca os próximos passos para o fortalecimento da economia de baixo carbono no país.
O mercado voluntário de carbono vem ganhando destaque como ferramenta essencial para a transição climática e a atração de investimentos verdes no Brasil.
Em 2024, o BNDES promoveu uma consulta pública sobre o tema, reunindo contribuições de empresas, instituições financeiras, ONGs e representantes do governo.
Os resultados reforçam o interesse crescente do setor produtivo e apontam caminhos para o desenvolvimento de um mercado mais transparente, integrado e confiável.
O que é o mercado voluntário de carbono
Diferente do mercado regulado que define metas obrigatórias de redução de emissões, o mercado voluntário é baseado em iniciativas espontâneas.
Empresas e organizações compram créditos de carbono para compensar suas emissões e demonstrar compromisso com a sustentabilidade, mesmo sem obrigação legal.
Esses créditos são gerados a partir de projetos ambientais certificados, como reflorestamento, preservação de biomas, manejo sustentável e geração de energia limpa.
A consulta pública do BNDES
Realizada entre novembro e dezembro de 2024, a consulta do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) teve como objetivo coletar opiniões e sugestões sobre a criação de um marco de referência nacional para o mercado voluntário.
Mais de 150 entidades e especialistas participaram, contribuindo com propostas para:
Fortalecer a governança e a padronização dos créditos;
Estimular transparência e rastreabilidade nas transações;
Promover sinergia entre os mercados voluntário e regulado;
Criar mecanismos de financiamento e incentivo a projetos de baixo carbono.
Principais aprendizados e percepções
O BNDES destacou alguns pontos recorrentes nas contribuições:
Necessidade de um sistema de registro nacional para evitar duplicidade de créditos e fraudes;
Critérios técnicos claros de mensuração, reporte e verificação (MRV);
Integração com políticas públicas e com o futuro sistema regulado;
Importância da participação de comunidades locais e povos tradicionais em projetos de carbono;
Criação de mecanismos de certificação e auditoria que assegurem a integridade ambiental dos créditos.
Essas diretrizes devem orientar a construção de um mercado voluntário robusto, confiável e com reconhecimento internacional.
O papel do BNDES no fortalecimento do setor
Como principal agente de fomento ao desenvolvimento sustentável no país, o BNDES busca atuar como facilitador da transição para uma economia de baixo carbono.
Entre as ações previstas estão:
Apoio a projetos de crédito de carbono com impacto socioambiental positivo;
Criação de fundos de investimento climático;
Parcerias com organismos internacionais e bancos multilaterais;
Incentivo à padronização e digitalização do mercado.
Essas medidas reforçam o compromisso do banco com o financiamento verde e o fortalecimento da bioeconomia brasileira.
Mercado voluntário e o futuro da economia de carbono
A tendência global é que os mercados voluntário e regulado atuem de forma complementar, oferecendo opções de compensação tanto para empresas obrigadas a reduzir emissões quanto para aquelas que buscam neutralizar voluntariamente sua pegada de carbono.
Com um ambiente regulatório sólido e critérios de integridade ambiental, o Brasil pode se tornar um dos principais exportadores de créditos de carbono de alta qualidade, atraindo investidores e fortalecendo sua posição internacional.
A consulta pública conduzida pelo BNDES marca um passo importante na consolidação do mercado de carbono no Brasil.
Com ampla participação da sociedade e foco em integridade, transparência e inclusão social, o país avança rumo a um modelo de desenvolvimento sustentável e competitivo.
O desafio agora é transformar essas contribuições em ações concretas, integrando o mercado voluntário ao sistema regulado e posicionando o Brasil como referência global em soluções climáticas.
Fonte de referência:
Conteúdo inspirado em publicação do BNDES.


